Pé Diabetico

Blog | 14/03/2022

Diabetes Mellitus (DM) é uma síndrome metabólica de origem múltipla, sendo um dos agravos mais prevalentes na saúde do Brasil e do mundo. Ela decorre da falta de insulina e/ou da incapacidade de a insulina exercer adequadamente seus efeitos, resultando em altas taxas de açúcar no sangue (hiperglicemia) de forma permanente.


O objetivo do tratamento da DM, é obter o controle dos níveis glicêmicos, pois a manutenção da hiperglicemia por tempo prolongado gera complicações que podem causar sérios danos à saúde e qualidade de vida desses pacientes. Dentre elas podemos listar a doença arterial periférica e a neuropatia periférica, caracterizadas por lesão dos vasos e nervos pelos altos níveis glicêmicos, que geram redução da sensibilidade e falta de aporte sanguíneo adequado nos membros, em especial nos inferiores.


O Pé Diabético é definido como infecção, ulceração e/ou destruição de tecidos moles associados a alterações neurológicas e vários graus de doença arterial periférica nos membros inferiores de pacientes portadores de Diabetes Mellitus. Após o aparecimento da ferida, a tendência é que ocorra um aumento progressivo devido à dificuldade de cicatrização decorrente do baixo aporte sanguíneo e a formação do infiltrado inflamatório que causa necrose dos bordos e aumento da lesão. 


Além disso, a ferida exposta apresenta um alto risco de infecção o que debilita o paciente organicamente, descompensa suas comorbidades e dificulta ainda mais o controle glicêmico gerando um ciclo vicioso, sendo responsável pelo alto número de internações hospitalares, um dos fatores responsáveis pelos altos custos gerados por esses pacientes para as redes pública e privada de saúde.


Atualmente, o tratamento visa um maior conforto e tentativa de controle do aumento da ferida, mas dificilmente leva a cura, tendo como base os cuidados locais e a realização de curativos seriados. As trocas são realizadas com frequência e geram muito incômodo ao paciente devido a dor e sangramento, além de grande ocupação dos familiares que precisam auxiliar no cuidado.


Devido a dificuldade de controle do aumento dessas úlceras e das infecções graves associadas, as amputações segmentares são inevitáveis em muitos casos visando a manutenção da vida do paciente e controle da progressão do processo infeccioso para outras regiões do membro acometido. Isso contribui para o aumento da morbidade e piora ainda mais a qualidade de vida desses pacientes.

Pé Diabetico - 2
Pé Diabetico - 3
Pé Diabetico - 4

A Técnica de Figueiredo (TF) veio para mudar essa realidade, pois promove a cura para o Pé Diabético. Ela consiste na cobertura da lesão, após debridamento cirúrgico amplo, com uma prótese de polipropileno suturada em seus bordos sadios, funcionando como um curativo oclusivo e permanente.


Dessa forma, ela promove a proteção da ferida contra agressões externas, impedindo o desenvolvimento de infecções e, além disso, o infiltrado inflamatório responsável pela necrose dos bordos da ferida e, consequentemente, pelo seu aumento passa a ser combatido. De forma concomitante, o organismo realiza o processo de cicatrização por segunda intenção protegida, interrompendo a cronicidade da lesão, de forma que a ferida passa a caminhar para o fechamento/cura, diferente do observado nas terapias atuais.


Após o procedimento cirúrgico, é realizado o curativo externo com com gaze e atadura de crepom, que deve ser trocado apenas uma vez por semana. Como não há contato direto com a ferida, essas trocas são realizadas de forma indolor e sem sangramentos, promovendo maior conforto ao paciente durante o tratamento.


Como vantagens do tratamento com a Técnica de Figueiredo podemos citar que ela evita amputações, dispensa terapias de alto custo, como Oxigenoterapia Hiperbárica, e os debridamentos cirúrgicos seriados. Além disso, o número de internações hospitalares reduz de forma importante pois não há mais o desenvolvimento de processo infeccioso.


A melhora na qualidade de vida do paciente é notada de forma imediata, pois ele não convive mais com as dolorosas trocas de curativos, com as internações prolongadas e suas comorbidades passam a ser mais facilmente controladas. Além disso, há grande desocupação dos familiares e uma maior autonomia pode ser conferida a esses pacientes.