Tratamento de Fraturas Expostas

Casos Reais | 20 | 12

Tratamento de fraturas expostas


Em geral, nos casos de fraturas expostas com grande perda cutânea e classificadas como IIIB de Gustillo e Anderson, o ortopedista realiza o controle de danos da lesão e osteossíntese com fixador externo, e o paciente permanece internado para continuação do tratamento multidisciplinar.


A cobertura cutânea exige confecção de retalho microcirúrgico a ser realizado por especialista, de acordo com a sua disponibilidade, mas é recomendável que seja feita em um período inferior a 72 horas a contar do trauma. Após conclusão, sucesso e segurança do retalho cutâneo e ausência de infecção, a conversão para osteossíntese definitiva estará autorizada para os casos indicados.


Quando todas essas ações ocorrem de forma sequencial, no tempo adequado e sem complicações infecciosas, o período de internação raramente é inferior a 45 dias. Como as fraturas IIIB são de alta energia, o binômio osso x partes moles está severamente acometido, e, nesses casos, o índice de infecção chega a 75%, de acordo com a literatura.


Em casos em que se fazem necessários o tratamento de infecções de partes moles e osteomielite, o tempo de internação desses pacientes passa a ser infinitamente longo, bem como serão maiores os índices de sequelas físicas e psicológicas.


A Técnica de Figueiredo preconiza que a cobertura da lesão seja feita no mesmo tempo cirúrgico que a osteossíntese, ou seja, já no primeiro atendimento ao paciente traumatizado. Somadas a limpeza rigorosa da ferida e a cobertura imediata pela prótese de polipropileno, o índice de infecção passa a ser próximo de zero.


Dada essa segurança, a osteossíntese definitiva da fratura pode ser realizada imediatamente, bastando estarem disponíveis os materiais necessários e o cirurgião familiarizado com a técnica indicada. Nos casos em que o fixador externo for a indicação, a TF também seguirá como tratamento definitivo da lesão de partes moles, devendo ser aplicada de forma concomitante pelo próprio traumatologista. 


Com a TF, o tempo médio de internação passa a ser de 3 dias, variando conforme a necessidade ou não de tratamento de outras lesões no mesmo paciente. Dessa forma, a desinternação está atrelada somente ao uso de antibióticos endovenosos, de acordo com o protocolo de cada instituição e à segurança clínica do paciente. O tratamento e acompanhamento seguirão de forma ambulatorial.


A TF promove cicatrização da lesão e epitelização estética completa, sem a necessidade de nenhuma intervenção cirúrgica complementar. Além disso, é indolor e exige curativos externos apenas uma vez por semana, em que são utilizados somente álcool 70%, gazes e ataduras de crepom.


Uma verdadeira revolução e economia na saúde estão sendo percebidas por um número cada vez maior de instituições hospitalares, tanto públicas quanto privadas, a partir do momento em que um maior número de traumatologistas passou a utilizar a Técnica de Figueiredo como técnica de escolha para coberturas de ferimentos extensos, já no primeiro atendimento aos pacientes com fraturas expostas e perdas cutâneas graves.



Caso 1:


Fratura exposta em extremidade distal da tíbia esquerda, do tipo IIIB de Gustillo, em que foram realizadas a osteossíntese através de fixador externo e a cobertura imediata com a TF.


Observou-se a cicatrização por segunda intenção em todas as suas fases, chamando atenção para a etapa de maior formação de fibrina, cuja coloração amarelada característica não deve ser confundida com secreção purulenta.


Após 4 meses da aplicação da TF, teve-se uma epitelização completa e de excelente qualidade.



Caso cedido pelo Dr. Custódio Maciel
Parauapebas - PA
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Caso 2:




Lesão grave com perda óssea da tíbia esquerda em uma criança de 6 anos, associada a lesões ligamentares e exposições articulares e de tecidos nobres.


Foram realizadas a osteossíntese com fixador externo e a cobertura das exposições com a Técnica de Figueiredo, de forma imediata.


Como mostrado na primeira imagem, existia uma contaminação grosseira no local, necessitando-se de um desbridamento amplo para remoção de toda a sujidade e dos tecidos desvitalizados.


Na evolução do caso, observa-se todas as etapas da cicatrização por segunda intenção ocorrendo sob a prótese, com grande formação de exsudato nas primeiras semanas e gradual substituição por tecido de granulação e epitelização.


A prótese foi retirada após 7 meses, quando havia epitelização da maior parte da lesão, restando algumas áreas ainda em granulação, em que a TF foi reaplicada para que o final da cicatrização ocorresse sob a prótese, o que confere melhor resultado estético e previne o desenvolvimento de processo infeccioso.


É importante salientar que desde as primeiras semanas após a aplicação da TF, observa-se melhora do aspecto geral do membro, com redução do edema e ausência de sinais infecciosos, o que sinaliza uma boa evolução do tratamento.


A parte mais gratificante é poder observar a criança deambulando e brincando após ter seu membro, que corria grande risco de amputação, salvo.



Caso cedido pelo Dr. Albécio Brito

Vitória da Conquista - BA.

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Caso 3:


Fratura exposta diafisária da tíbia direita, com grande perda cutânea em face medial.


Foi realizada osteossíntese definitiva com haste intramedular na tíbia, logo no primeiro atendimento ao trauma, associada à cobertura imediata através da Técnica de Figueiredo.


Evolução pós-operatória, consolidação óssea adequada, ausência de infecção e cicatrização excelentes após 4 meses.



Caso cedido pelo Dr. Luis Flavio Marques

Parauapebas - PA

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Caso 4:




Fratura exposta da tíbia e da fíbula distais da perna esquerda do tipo IIIB de Gustillo, com exposições em tornozelo e dorso do pé.


Foi realizada a osteossíntese definitiva com placas e parafusos, logo no primeiro atendimento ao trauma, associada à cobertura imediata usando a Técnica de Figueiredo. 


Muito boa evolução pós-operatória, com consolidação óssea adequada, ausência de infecção e cicatrização completa das lesões após 4 meses.



Caso cedido pelo Dr. Vinícios Barreto Melo

Cachoeiro de Itapemirim - ES

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Comentários

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@enfer.jacqueline

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Impressionante

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@drfelipeviana

@drfelipeviana

Excelente resultado hein! 👏

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@elozago123

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Que isso??? Incrível 👏👏👏👏

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@keidepinna

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Nossa.... Dr Leandro q incrível. 👏❤️.

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Lidiane Lopes de Sousa

Lidiane Lopes de Sousa

Uau! Queria que meu esposo tivesse recebido esse tratamento, logo que operou. Não teria tido o problema que estamos tendo agora.

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Silvia Araújo Aguiar

Silvia Araújo Aguiar

Nossa incrível essa TF 👏👏

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Rosa

Rosa

Excelente trabalho da equipe

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Ronald Cupido

Ronald Cupido

É comum depois de um tempo da mau cheiro

Marcus Fábio

Marcus Fábio

Eu tenho 30 dias, e não tem cheiro de nada! Na ponta do dedo da mão direita. Mas troco o curativo todos os dias e lavo com sabão

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Ronald Cupido

Ronald Cupido

Boa noite é normal o cheiro forte depois de um mês de aplicar o precedimento

Marcus Fábio

Marcus Fábio

Eu tenho 30 dias, e não tem cheiro de nada! Na ponta do dedo da mão direita. Mas troco o curativo todos os dias e lavo com sabão

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Wivaldo

Wivaldo

Excelente trabalho da equipe médica cirúrgica e equipe de enfermagem, imprecionante

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Dalcimeire

Dalcimeire

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Dalcimeire

Dalcimeire

Meu esposo teve um acidente e uma ferida exposta grande, e os médicos colocaram te na ferida e está com 15 dias hoje, era pra voltar no médico pra ele fazer uma revisão mas não conseguimos vaga na data agora temos q esperar 24 dias a mais pra voltar no médico. Mais o procedimento muito bom.

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Márcio carvalho

Márcio carvalho

E normal ficar saindo tipo uma secreção todo dia

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Márcio carvalho

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E normal ficar saindo tipo uma secreção todos os dias

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